Taxas positivas

Produção industrial cresce em seis dos 15 locais pesquisados em junho frente a maio

Na comparação com junho de 2022, a indústria cresceu 0,3% e as taxas positivas foram verificadas em nove dos 18 locais pesquisados

Escrito por 9 de agosto de 2023
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Na passagem de maio para junho, a produção industrial brasileira avançou 0,1%, com crescimento em seis dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional. As maiores altas foram registradas por Espírito Santo (4,6%), Rio de Janeiro (3,2%) e Santa Catarina (2,6%). Na comparação com junho de 2022, a indústria cresceu 0,3% e as taxas positivas foram verificadas em nove dos 18 locais pesquisados. Já no acumulado em 12 meses houve variação de 0,1%, com cinco dos 15 locais analisados mostrando resultados positivos. Os dados foram divulgados hoje (8) pelo IBGE.

Em abril, foram divulgados pela primeira vez os resultados da PIM Regional após as atualizações na seleção de amostra de empresas, unidades locais e lista de produtos, além da inclusão de três novos locais: Rio Grande do Norte, Maranhão e Mato Grosso do Sul, totalizando 18 locais. Para os novos locais ainda não há informações do mês frente ao mês anterior.

Quando se compara o primeiro semestre de 2023 com o mesmo período de 2022, ocorreu redução de 0,3% na produção nacional, atingindo oito dos 18 locais pesquisados. Ceará (-6,2%), Rio Grande do Sul (-6,0%) e Região Nordeste (-4,5%) tiveram as retrações mais acentuadas.

“Ao final do primeiro semestre de 2023, vemos uma trajetória bem gradual, com muita cautela na atividade industrial brasileira, consequência das medidas moderadas tomadas pelos produtores. Isso pode ser explicado pela conjuntura econômica, ainda com algumas incertezas que afetam a cadeia produtiva”, destaca Bernardo Almeida, analista da PIM Regional.

O destaque de junho foi o crescimento da indústria no Espírito Santo (4,6%), totalizando uma expansão de 7,1% em três meses consecutivos de aumento na produção. Trata-se da taxa mais alta no estado desde janeiro deste ano (18,0%). “A indústria extrativa, bastante atuante por lá, e o setor de produtos minerais não metálicos foram os principais responsáveis pelo desempenho da indústria capixaba”, explica Bernardo.

Rio de Janeiro ocupou o segundo lugar no ranking de maiores avanços na produção industrial, chegando a 3,2%, taxa mais intensa obtida pela indústria fluminense desde outubro de 2022 (8,4%). Esse resultado interrompe dois meses seguidos de queda, período no qual acumulou perda de 3,1%. O setor extrativo foi a principal influência positiva, seguido por derivados do petróleo e produtos químicos.

Santa Catarina (2,6%) vem na sequência, recuperando-se após o recuo de 1,7% verificado no mês passado. Os setores de alimentos e de vestuário foram os mais influentes na indústria catarinense.

Maior parque industrial do país, São Paulo teve queda de 2,7% na passagem de maio para junho, anulando a expansão observada no mês passado (2,7%). É o resultado negativo mais intenso desde janeiro de 2023 (3,2%). A indústria no estado vinha de três resultados positivos seguidos, quando acumulou um ganho de 3,6%. “Os setores que mais impactaram negativamente a indústria paulista foram o de derivados de petróleo, o de indústria farmacêutica e o de veículos automotores”, acrescenta Bernardo. Assim, São Paulo volta a ficar abaixo (-2,6%) do seu patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e está 24,3% aquém do seu nível mais alto já atingido (março de 2011).

Ainda no lado das quedas, Ceará (-6,4%), Região Nordeste (-4,5%), Amazonas (-4,0%) e Paraná (-3,3%) apresentaram as taxas negativas mais expressivas. Os setores de produtos químicos e de metalurgia influenciaram negativamente a produção industrial cearense, que em maio de 2023 havia mostrado crescimento de 1,4%. A queda verificada em junho deste ano é a mais expressiva no Ceará desde outubro de 2022 (-13,4%).
Indústria avança em nove de 18 locais na comparação interanual

O setor industrial cresceu 0,3% frente a junho de 2022 e, regionalmente, nove dos 18 locais pesquisados acompanharam o resultado positivo. Vale lembrar que junho de 2023 (21 dias) teve o mesmo número de dias úteis do que igual mês do ano anterior (21). As maiores altas foram registradas por Rio Grande do Norte (16,5%), Espírito Santo (11,8%), Rio de Janeiro (11,7%) e Mato Grosso (10,5%).

O avanço acentuado observado no Rio Grande do Norte pode ser explicado pelas atividades de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (óleo diesel). No caso do Espírito Santo, o estado foi beneficiado pelo desempenho de indústrias extrativas (minérios de ferro pelotizados ou sinterizados e óleos brutos de petróleo). No Rio de Janeiro, indústrias extrativas (óleos brutos de petróleo e gás natural) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (gás liquefeito de petróleo, gasolina automotiva, óleos combustíveis, óleos lubrificantes básicos e naftas) pesaram a favor. Já em Mato Grosso os produtos alimentícios (óleo de soja refinado e carnes de bovinos frescas ou refrigeradas) fizeram a diferença.

Pará (6,7%), Amazonas (6,6%), Goiás (4,7%), Minas Gerais (4,4%) e Pernambuco (3,9%) completaram a lista de estados que apresentaram alta na produção no índice de junho de 2023.

No sentido oposto, Ceará (-14,6%) e Maranhão (-8,5%) tiveram as quedas mais expressivas. A produção industrial cearense foi impactada pelo comportamento negativo nos setores de artefatos do couro, artigos para viagem e calçados (calçados de material sintético, calçados femininos de couro e tênis feminino), produtos químicos (herbicidas para plantas e oxigênio) e confecção de artigos do vestuário e acessórios (calcinhas, vestuário infantil e seus acessórios de malha, camisas, blusas e semelhantes, sutiãs, vestidos, calças compridas e bermudas, jardineiras, shorts, calças e semelhantes). Já no Maranhão o setor de metalurgia (óxido de alumínio) foi o principal responsável pelo resultado.

Região Nordeste (-7,3%), Rio Grande do Sul (-3,8%), Bahia (-3,6%), São Paulo (-2,4%), Santa Catarina (-1,2%), Mato Grosso do Sul (-0,7%) e Paraná (-0,2%) foram os outros locais que recuaram nesta comparação.
Mais sobre a pesquisa

A PIM Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativas e de transformação. Traz, mensalmente, índices para 17 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo, 0,5% no total do valor da transformação industrial nacional, e para o Nordeste como um todo: Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste.

Os resultados da pesquisa também podem ser consultados no Sidra, o banco de dados do IBGE. A próxima divulgação da PIM Regional está prevista para 13 de setembro.

 

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