Mortes provocadas por acidentes de trabalho cresceram 7% no Brasil em 2022
Fórum Nacional das Centrais Sindicais, faz nesta sexta (28) seminário para lembrar as vítimas. Foram quase 613 mil acidentes de trabalho em diversas áreas, 2500 pessoas morreram,7% a mais do que em 2021
Escrito por 28 de abril de 2023Os entregadores por aplicativo que usam motocicletas para trabalhar estão entre as maiores vítimas de acidentes de trabalho no Brasil. Ao longo do ano passado foram 24.642 acidentes envolvendo esses profissionais.
Esse resultado se reflete no aumento do número de mortes em geral de trabalhadores e trabalhadoras no país. Em 2022 foram quase 613 mil acidentes de trabalho em diversas áreas, provocando a morte de 2500 pessoas – 7% a mais que em 2021, segundo dados do Observatório de Segurança e Saúde. Segundo estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), doenças e acidentes de trabalho fazem a economia perder cerca de 4% do Produto Interno Bruto (PIB).
Em memória a essas vítimas será realizado nesta sexta-feira (28), pelo Fórum Nacional das Centrais Sindicais em Saúde do Trabalhador e Trabalhadora, hoje coordenado pela CUT, o Seminário “Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho”, pela plataforma zoom, a partir das 9 horas. Veja programação abaixo.
Para o Ministério Público do Trabalho (MPT), o aumento no número de acidentes de entregadores tem a ver com a situação econômica trazida pela pandemia, e esse número pode ser ainda maior. A procuradora Regional do Trabalho do MPT, Márcia Kamei conta que acidentes envolvendo motociclistas informais não entram na estatística.
“Esses dados eles revelam só os acidentes e mortes do setor formal, o setor informal, aqueles que não contribuem para a Previdência eles não tão englobados nesses números”, disse Márcia à reportagem da TV Globo.
Regulamentação da profissão dos entregadores é preocupação da CUT
Face mais visível da categoria, os entregadores de plataformas como Ifood e Rappi, além de motoristas de Uber, hoje, são mais de 7,5 milhões em todo o Brasil. A falta de regulamentação para essa categoria levou, em fevereiro deste ano, a Direção Nacional da CUT a definir prioridades e prazo para entregar propostas de fortalecimento de negociações coletivas e organização sindical para ampliar a reconquista de direitos dos trabalhadores, entre elas a regulamentação do trabalho por aplicativo, em especial o dos entregadores.
Na época, o presidente da CUT Nacional, Sérgio Nobre disse que é preciso acabar com a ideia de que esses trabalhadores são ‘empreendedores’ ou donos do próprio trabalho e do tempo.
“Basta ver os trabalhadores rodando com suas motos, muitas sem manutenção adequada, sem proteção correndo riscos nas ruas, 20 horas por dia, de domingo a domingo, e sem direito a nada”, ressaltou o dirigente.
Segundo ele, há ideias e projetos pontuais acerca do tema, mas em nível global nada ainda foi apresentado como solução definitiva para esses trabalhadores, e, por isso “ a nossa responsabilidade é imensa e vamos propor proteção social, controle de jornada e um piso mínimo para os entregadores”, disse.
Fórum Nacional das Centrais Sindicais debate o assunto em seminário nesta sexta (28)
O Fórum Nacional das Centrais Sindicais em Saúde do Trabalhador e Trabalhadora, hoje coordenado pela CUT, realiza nesta sexta-feira (28), a partir das 9 horas, o seminário “Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho”.
Para a secretária da Saúde do Trabalhador da CUT Nacional Madalena Margarida da Silva, o 28 de abril, é dia de luta, de alerta e de denúncia sobre as precárias às condições de vida e de trabalho a que estão expostos muitos trabalhadores e trabalhadoras no país, com ou sem carteira assinada.
“Muitos trabalhadores morem e adoecem todos os dias em decorrência dessa precariedade. Este dia é de reflexão sobre a promoção, proteção e recuperação da saúde física e mental. Neste dia reafirmamos nossa luta em defesa dos direitos da classe trabalhadora, pois não podemos aceitar o trabalho seja sinônimo de sofrimento, adoecimento e mortes”, afirmou a dirigente.
Serviço: “Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho”.
O evento será realizado pela plataforma zoom https://us02web.zoom.us/j/83473018968?pwd=TWNVaEo2NUtBWm1IbkNzWlVjb1hVQT09
ID da reunião: 834 7301 8968
Senha de acesso: 520399
Confira a programação
- 08h30 – Abertura da sala e acolhida
- 09h00 – 09h30 – Abertura Política – Representantes das Centrais Sindicais
- 09h30- 10h00 – Saudação de Luciene Aguiar da CGSAT/MS e Bruno Choary do MPT
- 10h00 – 10h40: Saúde e Segurança como Direito Fundamental no Trabalho para a Promoção e Proteção da Saúde Física e Mental dos Trabalhadores e das Trabalhadoras: Sérgio Roberto De Lucca – Doutor em Ciências Médicas pela Unicamp e Professor Associado da Área de Saúde do Trabalhador do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP
- 10h40 – 11h10- Debate
- 11h10 -11h20 – Informe sobre o Projeto que está sendo desenvolvido com os(as) trabalhadores(as) de Aplicativo – Profa Dra. Janaína Siqueira – UFBA
- 11h20-11h50: Homenagem aos Trabalhadores e as Trabalhadoras Vítimas de Acidentes e Doenças Relacionadas ao Trabalho – Eduardo Bonfim da Silva – Coordenador Técnico do DIESAT
- 11h50 – 12h00 – Encerramento.
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SAIBA MAIS:
28 de Abril é Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho
No Brasil, esse também é o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho
A data é uma homenagem a 78 trabalhadores que morreram nesse dia, em 1969, na explosão de uma mina em Farmington, no estado da Virgínia, nos Estados Unidos. Em 2003, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) elegeu o 28 de abril como data dedicada a valorizar a segurança e a saúde do trabalho.
Em 2005, no Brasil, com o objetivo de homenagear as vítimas de acidentes e doenças relacionadas ao exercício do trabalho, a data foi instituída pela Lei nº 11.121/2005.
Nesta última semana, de 24 até 30 de abril, o Congresso Nacional se ilumina de verde “para conscientizar a população sobre riscos dos acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, bem como formas de preveni-los.”
Segundo dados do Observatório de Saúde e Segurança do Trabalho (SmartLab), da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Ministério Público do Trabalho (MPT), foram notificados cerca de 6,8 milhões acidentes entre 2012 e 2022, sendo que 25,4 mil deles resultaram em morte. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), esses dados são mais preocupantes junto a migrantes, mulheres e pessoas com empregos precários.
Com o intuito de estimular uma cultura de prevenção aos acidentes de trabalho, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) e o Conselho Superior do Trabalho (CSJT) criaram, em 2011, o Programa Trabalho Seguro, um programa nacional de prevenção de acidentes de trabalho que visa implantar, em parceria com instituições públicas e privadas, projetos e ações voltados ao fortalecimento da Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho.
Fonte: Agência Câmara Notícias
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Pelo fortalecimento das Cipas
28 de abril é o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, um momento para homenagear as vítimas de mortes e acidentes que ocorreram nos locais de trabalho. Também é dia para destacar a luta pela cobrança e fiscalização das situações que colocam a vida dos trabalhadores e das trabalhadoras em risco.
De acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), a cada 15 segundos uma pessoa morre no mundo por acidente no trabalho.
Por isso, uma das atuações dos sindicatos é pelo fortalecimento das CIPAs (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) nos locais de trabalho, a cobrança pelos equipamentos de proteção individual (EPIs) e a briga pela redução de metas abusivas, que causam adoecimentos.
Por: CUT São Paulo
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Edição: Débora Piloni