Encontro Nacional da Marcha Mundial de Mulheres reunirá mil feministas em Natal (RN)

O encontro é uma “femenagem” à ativista Nalu Farias, e parte da construção da 6ª Ação Internacional da MMM, com o lema “Seguiremos em Marcha contra as guerras e o capital, e pelo bem viver  

Escrito por 2 de julho de 2024
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A Marcha Mundial das Mulheres (MMM), movimento feminista, realiza seu 3º Encontro Nacional “Nalu Faria”, entre os dias 6 a 9 de julho, na cidade de Natal(RN).

Divido em três eixos principais: leitura da conjuntura, construção de alternativas e organicidade, o 3º Encontro Nacional receberá mulheres de 20 estados, onde o movimento atua, e realizou encontros de formação e preparação, com rodas de conversa, mutirões, debates, feiras e batucada.

“O encontro vai acontecer em um momento importante da conjuntura nacional e internacional porque a gente percebe uma mudança nessa tensão de conjunturas. Precisamos nos manter nas ruas porque a luta não para. São mil mulheres vindas de todo o Brasil e também com uma representação internacional, demonstrando a força que nós temos. Enquanto movimento, nós temos muito a construir e colaborar para mudar o mundo e a vida das mulheres”, afirma Adriana Vieira, da coordenação nacional da Marcha Mundial das Mulheres e militante do movimento no Rio Grande do Norte.

Para o 3º Encontro Nacional, o movimento busca alternativas de pensar um novo panorama e retomar o debate sobre estratégias diante de uma ofensiva conservadora que se apresenta em crescimento no Brasil e no mundo, além de discutir os rumos do movimento e das suas formas de organização.(VEJA PROGRAMAÇÃO)

Em diversas cidades brasileiras, inclusive Natal (RN), os movimentos de mulheres realizam ações e atividades na perspectiva de barrar ou arquivar o PL 1904, conhecido como PL da gravidez infantil ou do estupro, projeto do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) que propõe a equiparação do aborto após a 22ª semana ao crime de homicídio simples, inclusive nos casos de gravidez resultante de estupro.

“Sobre o PL1904 é impressionante, mas não surpreendente, como o corpo das mulheres é tido como moeda de troca política, mas não é só isso, se realmente o congresso tivesse interesses em tornar crime mesmo o aborto, teria feito isso enquanto Bolsonaro era presidente, e muito provavelmente tivesse conseguido, mas as mulheres estão sendo usada para criar polarização e organizar a direita para as eleições”, destaca Adriana Vieira.

NALU FARIAS

“Nalu Faria” é o tema do 3º Encontro Nacional, uma “femenagem” à Nalu, fundadora e dirigente feminista, socialista e uma das principais articuladoras para a construção da MMM. Ao longo dos anos, construiu inúmeros processos de articulação nacional e internacional, sendo uma das principais referências feministas no Brasil e no mundo.

Sua memória segue viva em todas que constroem o feminismo popular e antissistêmico, por isso sua memória se faz tão potente.

HISTÓRIA
A Marcha Mundial das Mulheres – MMM nasceu no ano 2000, com o intuito de construir um feminismo popular e antissistêmico. É um movimento feminista do campo popular que atua a partir de uma perspectiva anticapitalista, internacionalista e antirracista. No Brasil está articulada em 21 estados, organizada em núcleos e comitês, nas cidades e estados. A MMM está presente e se organiza em 5 regiões: Américas, África, Asia – Oceania, Europa, Norte da África e Oriente Médio.
Em (2006) foi realizado o 1º encontro em Belo Horizonte, e em (2013) o 2º encontro em São Paulo (2013). Os encontros nacionais da MMM são importantes para debater e aprofundar os campos de ação do movimento frente aos desafios da conjuntura, como nas edições anteriores: o debate do salário mínimo, a soberania alimentar, luta antirracista, por corpos e sexualidades livres, educação não sexista, além da solidariedade feminista internacional entre os povos.

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