CUT-SP repudia atitude de alunos de medicina da Unisa e outras ações violentas
A Central também repudia as absurdas declarações misóginas do Prefeito de Barra do Piraí (RJ), Mário Esteves, que sugeriu a castração de meninas para conter a taxa de natalidade
Escrito por 20 de setembro de 2023A Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT-SP expressa veementemente sua indignação perante o lamentável episódio protagonizado pelos estudantes do curso de medicina da Universidade Santo Amaro (Unisa).
Esses indivíduos perpetraram um ato de simulação de masturbação coletiva durante uma partida de vôlei feminino ocorrida em um campeonato universitário na cidade de São Carlos, interior paulista. Este incidente, ocorrido no mês de abril, veio a público no último final de semana.
Primeiramente, é crucial enfatizar que esses alunos tiveram uma conduta criminosa, sendo profundamente doloroso e inaceitável que situações como essas ocorram.
Nós, mulheres, temos travado uma longa batalha para romper com os séculos de cultura machista e misógina em nosso país, entretanto, esse tipo de episódio mostra que não dispomos de um único momento de descanso nessa luta contínua e árdua, demandando uma vigilância constante em relação a todas as formas de violência de gênero em todos os espaços.
As ações dos alunos de Medicina da Universidade Santo Amaro (Unisa) não podem, de forma alguma, ser minimizadas, nem devem ser encaradas como uma brincadeira de jovens. Pelo contrário, essas ações devem ser punidas de maneira exemplar e com todo o rigor da lei.
Além disso, é alarmante conceber que esses indivíduos estão em formação para se tornarem médicos e muitos deles irão prestar atendimento à mulheres em seus consultórios. Não podemos, em nenhuma circunstância, admitir que tais comportamentos sejam naturalizados, e repudiamos veementemente tal conduta.
No último dia 14, quinta-feira, ocorreu mais um lamentável episódio de comportamento machista e misógino, proferido por Mário Esteves, o prefeito de Barra do Piraí (RJ), que fez uma declaração absurda: afirmou que a castração das mulheres seria uma maneira de evitar a gravidez. Essa afirmação é uma terrível barbaridade, exigimos respeito!
Atitudes como essas apenas corroboram a presença arraigada da cultura do estupro em nossa sociedade, na medida em que os meninos e jovens são socializados nessa mentalidade de que tais atitudes são demonstrações de masculinidade.
Isso precisa ser desconstruído diariamente em todos os espaços da sociedade, pois além de tudo, situações assim contribuem para que se perpetue a culpabilização das mulheres por todas as formas de violência que possam sofrer. Ou seja, se uma mulher é vítima de estupro, a culpa é atribuída a ela. Se é vítima de violência, novamente, a responsabilidade recai sobre ela.
Nesse sentido, a erradicação de todas as formas de violência contra as mulheres é uma responsabilidade de toda a sociedade, não apenas das mulheres. Devemos tratar como um caso central para que a sociedade se desenvolva e crie um ambiente livre de violência, em que todas as mulheres possam trabalhar e viver com dignidade e respeito. Este é o direito inalienável de todas nós!
Márcia Viana
Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-SP
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