Se for vítima de assédio moral, denuncie enviando uma mensagem para o whatsApp: (19) 99101-9899

As transformações no mundo do trabalho globalizado, com suas eternas reestruturações, inúmeras automações e cultos ao individualismo, trazem também um perfil do “novo” trabalhador: ’autônomo, flexível’, capaz, competitivo, criativo, agressivo, qualificado e empregável. Estas habilidades o qualificam para a demanda do mercado que procura a excelência e saúde perfeita.

Estar ’apto’ significa responsabilizar os trabalhadores pela formação/qualificação e culpabilizá-los pelo desemprego, aumento da pobreza urbana e miséria, desfocando a realidade e impondo aos trabalhadores um sofrimento perverso.

A humilhação repetitiva e de longa duração interfere na vida do trabalhador e trabalhadora de modo direto, comprometendo sua identidade, dignidade e relações afetivas e sociais, ocasionando graves danos à saúde física e mental, que podem evoluir para a incapacidade laborativa, desemprego ou mesmo a morte, constituindo um risco invisível, porém concreto, nas relações e condições de trabalho.

Essas condutas são incompatíveis com a Constituição da República, com o Código Civil e com outras leis que tratam da dignidade da pessoa humana e do valor social do trabalho. Então, devem ser combatidas!

COMO FUNCIONA A CAMPANHA

A iniciativa da campanha do Sinergia CUT tem o objetivo de prevenir e, principalmente, combater casos de assédio moral e  preconceito entre trabalhadoras e trabalhadores nas empresas energéticas.

Assim, caso isso ocorra, agora há um canal aberto para denúncia. Basta enviar uma mensagem pelo número do whatsApp (19) 99101-9899, sendo assegurado o sigilo de identidade, desde que solicitado. É necessário que os fatos sejam relatados da forma mais completa possível, indicando o nome das pessoas envolvidas, local, data ou período, documentos, eventuais registros escritos, de áudio ou vídeo, e testemunhas, caso existentes. Isso tudo para que os encaminhamentos sejam feitos com mais agilidade e eficácia.

O QUE É ASSÉDIO MORAL

Assédio moral é todo e qualquer comportamento abusivo que ameaça a integridade física ou psíquica de uma pessoa que, exposta a situações humilhantes e constrangedoras repetitivas e prolongadas, é vítima de um sofrimento tão grande que acaba comprometendo sua saúde física e mental. É uma violência psicológica que atinge mulheres e homens, mais especialmente no ambiente de trabalho, causando danos à saúde também a todo o coletivo que testemunha esses atos.

Essa humilhação é um risco invisível que se concretiza principalmente nas relações de trabalho, revelando uma das formas mais poderosas de violência sutil rotineira e que tem como alvo preferencial as mulheres e os trabalhadores adoecidos.

Acontece durante a jornada de trabalho, quando a vítima está no exercício de suas funções, sendo mais comum nas relações hierárquicas autoritárias e assimétricas. Envolve condutas negativas, relações desumanas, de longa duração, de um ou mais chefes, dirigidas a um ou mais subordinados, desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho.

Invariavelmente a vítima escolhida é isolada do grupo sem explicações, passando a ser hostilizada, ridicularizada, inferiorizada e desacreditada diante dos pares. Por medo do desemprego e pela vergonha de serem também humilhados, os colegas rompem os laços afetivos com a vítima e, frequentemente reproduzem os atos do agressor. Fazem um pacto de tolerância e de silêncio no coletivo, enquanto a vítima vai gradativamente perdendo a autoestima.

EXEMPLOS DE ATITUDES QUE CARACTERIZAM ASSÉDIO MORAL

• Impor o medo da demissão
• Chamar a todos de incompetentes
• Repetir a mesma ordem centenas de vezes para a realização de uma tarefa simples ou dar ordens confusas e contraditórias para induzir ao erro
• Isolar a vítima e impedir os colegas de almoçar ou conversar com ela
• Desviar a vítima da função profissional ou retirar o material necessário para a execução da tarefa
• Exigir que extrapole a jornada de trabalho ou que reduza o horário de refeições
• Mandar executar tarefas que estão acima ou abaixo do conhecimento da vítima
• Pressionar a vítima a abrir mão de seus direitos sociais e ou trabalhistas
• Demitir a vítima logo após o retorno das férias
• Sugerir que a vítima peça demissão por problema de saúde
• Demitir os adoecidos ou acidentados quando retornam ao trabalho ou simplesmente ignorar as recomendações médicas
• Divulgar boatos sobre sua moral ou criticar sistematicamente seu trabalho
• Incentivar a competitividade e o individualismo
• Colocar segurança para controlar entrada e saída ou para revistar trabalhadores

AS VIOLÊNCIAS SUTIS CONTRA AS MULHERES

As mulheres são vítimas de assédio moral também fora do ambiente de trabalho. São alvo de violências por julgamentos equivocados, comportamentos ultrapassados, situações constrangedoras e atitudes machistas que se manifestam de modo sutil e, por isso mesmo, mais difíceis de combater. Alguns exemplos:

• Controle econômico: coação e restrição da liberdade por dependência econômica. Vem sempre acompanhada da versão cultural de “proteção” ou “autoridade natural”
• Controle de sociabilidade e ou mobilidade: cerceamento das relações pessoais ou da liberdade de ir e vir por chantagem afetiva ou outros meios
• Menosprezo moral: uso de termos de acusação ou insulto moral com a intenção de humilhar pela aparência física. Fazer exigências que inibem a liberdade de escolher roupas ou maquiagens é um exemplo
• Desqualificação intelectual e ou profissional: depreciação da capacidade intelectual feminina mediante a imposição de restrições a seu discurso, atribuindo-lhe capacidade inferior e falta de confiabilidade
• Desrespeito à dignidade feminina: criação e reprodução de estereótipos sobre a mulher em campanhas publicitárias ou produções culturais veiculadas pelos meios de comunicação – músicas, filmes, novelas, propagandas…

OS DANOS DA HUMILHAÇÃO À SAÚDE

Pesquisas comprovam que, em situações de humilhação e constrangimento, a manifestação dos sentimentos e das emoções são diferentes para mulheres e homens. As mulheres são mais humilhadas e expressam sua indignação com choro, tristeza, ressentimentos e mágoas. Os homens ficam  indignados, desonrados, traídos, com raiva e sentimento de vingança. Todos sentem-se envergonhados , inúteis e fracassados, passando a vivenciar sentimentos de irritabilidade, vazio, revolta e fracasso. Por isso, o assédio é a doença da solidão.

OS SINTOMAS DA VIOLÊNCIA

Vítimas de assédio moral no ambiente profissional reagem com crises de choro, dores generalizadas, palpitações e tremores, falta de apetite e falta de ar, insônia ou sonolência excessiva, diminuição da libido, dor de cabeça, dores generalizadas, distúrbios digestivos, tonturas, hipertensão, depressão, pensamentos ou tentativas de suicídio, alcoolismo.

O QUE A VÍTIMA DEVE FAZER

 ► Fazer denúncia: além do Sindicato, relatar o fato para outras instituições como Ministério Público e Justiça do Trabalho, Comissão de Direitos Humanos e Conselho Regional de Medicina.

► Resistir sempre: anotar com detalhes todas as humilhações sofridas – dia, mês, hora, local ou setor, nome do agressor, colegas que testemunharam, conteúdo da conversa e o que mais achar necessário

► Dar visibilidade: procurar a ajuda do Sindicato e dos colegas, especialmente os que testemunharam o fato ou os que já sofreram humilhações do agressor. O apoio é fundamental dentro e fora da empresa

► Ter cuidado: evitar conversar com o agressor sem testemunhas. Ir sempre com um colega de trabalho ou representante sindical

► Buscar apoio: dividir o problema com familiares, amigos e colegas, já que afeto e solidariedade são fundamentais para a recuperação da autoestima, identidade, dignidade e cidadania.

Tome uma atitude! Denuncie!

Mande uma mensagem para o whatsApp:

(19) 99101-9899

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