Para Sinergia CUT a regra das bandeiras “é uma anomalia da política energética”
Direção do Sindicato comenta embate entre Ministro de Minas e Energia e Aneel referente à Bandeira Vermelha 2. Entidade sindical defende mudança geral na política energética do país
Escrito por Débora Piloni, com o Coletivo de Energia do Sinergia CUT 4 de outubro de 2024Uma notícia correu solta nessa semana referente ao aumento da tarifa de energia neste mês de outubro. Por causa da bandeira vermelha patamar 2, a mais cara do sistema de bandeiras tarifárias, a população brasileira vai pagar R$ 7,877 a mais a cada 100 quilowatts-hora (kWh) de eletricidade que consumir. Segundo explicação dada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a taxa extra seria necessária pela previsão de poucas chuvas no mês, que teve como consequência a baixa nos reservatórios hidrelétricos, já afetados pela seca que atinge boa parte do país.
A justificativa da agência reguladora parece não ter convencido o ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira que foi logo rebatendo nas mídias dizendo que a Aneel estaria “estaria “boicotando o governo” com a cobrança extra, o que, segundo ele, deve pressionar a inflação.
Em resumo, nas entrevistas, para o ministro, a Aneel deveria usar o saldo da conta das bandeiras tarifárias para aliviar a cobrança extra nas tarifas de energia dos consumidores nos próximos meses.
Controvérsias & Solução
O Sinergia CUT, por sua vez, defende uma mudança radical na política energética do Brasil, pois, o país que possui uma das gerações de energia mais baratas também é o da tarifa cada vez mais cara do mundo. “Nas duas últimas décadas, o Brasil conseguiu diversificar sua matriz e fazer crescer uma vez e meia toda sua infraestrutura no setor elétrico. Então, não dá para aceitar uma tarifa final tão cara ao consumidor,” afirmou Carlos Alberto Alves, presidente do Sinergia CUT.
Segundo ele, “a regra das bandeiras é mais uma anomalia da política energética” e, por isso mesmo, para reverter essa enorme injustiça social, a entidade sindical defende uma nova política energética baseada na universalidade, na modicidade, na oferta, na eficiência energética e na melhor prestação de serviço das empresas.