Lançamento da logomarca dos 40 anos da CUT contou história e debateu futuro
Programa foi ar pelas redes sociais na noite de quinta-feira (11) e, além de apresentar a programação visual alusiva à data, resgatou por meio de ex-presidentes a história da CUT
Escrito por 12 de maio de 2023A live de lançamento foi apresentada pelo presidente da CUT, Sérgio Nobre, ao lado de figuras emblemáticas que fizeram parte dos 40 anos, como os ex-presidentes da Central e das lideranças que hoje, compõem a direção nacional, como a vice-presidente Juvândia Moreira, o secretário-geral, Aparecido Donizeti Silva e o secretário de Administração e Finanças, Ariovaldo de Camargo.
Por meio das mensagens dos dirigentes, e para apresentar a marca dos 40 anos, a live trouxe um passeio pelo tempo destacando a história da Central ao longo dos anos, seu papel decisivo e sua importância para o conjunto da classe trabalhadora.
Fundada em 1983, em plena ditadura militar, a CUT teve papel atuante na luta pela redemocratização do país, à época. Também foi fundamental para que marcos históricos fossem cravados no que diz respeito a avanços em direitos para os trabalhadores, a exemplo da política de valorização do salário mínimo, em 2003, que instituiu reajustes acima da inflação ao longo dos anos, até ser interrompida pelos governos antidemocráticos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).
A luta em defesa da democracia durante esse último período também teve a CUT como uma de suas protagonistas, assim como a eleição de um legítimo representante da classe trabalhadora à Presidência da República, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Nessa trajetória, os 40 anos da CUT se fundem à história do Brasil não somente pela defesa intransigente dos direitos da classe trabalhadora, mas também porque a CUT está no DNA da luta pela redemocratização do país e essa luta está no DNA da nossa Central”, disse Sérgio Nobre.
Ao final da live, a nova logo foi apresentada com a saudação e o novo slogan da central para este período de celebração: CUT: 40 anos de luta, direitos e democracia que transformam vidas
Veja a live e a apresentação da nova programação gráfica:
Transformando vidas há 40 anos
O comando da CUT já passou por diversas lideranças combativas e preparadas para enfrentar os desafios impostos pela relação entre capital e trabalho durante todos esses anos.
Os ex-presidentes da CUT fizeram uma saudação especial para comemorar o aniversário e parabenizaram a Central pela sua atuação.
Primeiro a presidir a CUT, o metalúrgico Jari Meneguelli, eu sua saudação e ao lembrar fatos como a Constituinte de 1988, a redução da jornada de trabalho de 48 para 44 horas e o impeachment de Collor, reforçou que a história mostra que a CUT é uma das centrais com mais lutas em todo o mundo. “Mas ainda há muito o que fazer”, disse se referindo a representar a classe trabalhadora como um todo, incluindo os informais.
Também metalúrgico, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, disse se sentir honrado em ter participado das primeiras assembleias para realização da Conferência Nacional dos Trabalhadores (Conclat), em 1981, na Praia Grande, e de ter presidido a Central.
“É maior da América Latina e uma das maiores do mundo e desde aqueles tempos se mantém coerente com os interesses da classe trabalhadora. O que seria do Brasil sem a existência da CUT”, disse Vicentinho, hoje deputado federal pelo PT/SP.
Atual ministro do Trabalho e Emprego, e presidente da Central após a gestão do professor João Felício, falecido em 2020, o metalúrgico Luiz Marinho gravou uma mensagem especial felicitando a CUT pelos 40 anos e também lembrando a trajetória de companheiros que deram a vida a se dedicas às lutas da classe.
“Somos herdeiros do futuro daqueles que lutaram e se sacrificaram, fizeram greves perderam horas de sono e até seus empregos”, disse o ministro.
Marinho ainda ressaltou os desafios dados à classe trabalhadora. “A CUT, junto com o movimento sindical tem a grande responsabilidade de representar os trabalhadores frentes às inovações. Pensar nesses 40 anos é comemorar as conquistas, mas pensar nos desafios do futuro e a democracia que esteve tão em risco recentemente”, afirmou.
Trabalhador da categoria urbanitária, Arthur Henrique dos Santos, também lembrou a fundação da central. “Por um lado, a CUT nasceu em um dos momentos mais tenebrosos da história brasileira recente. Era 1983, 19 anos depois de nossa democracia ter sido aprisionada e sequestrada na ditadura. Por outro lado, podemos dizer que nascemos na luta pela redemocratização, por direitos, pelo voto e para dar voz às cidadãs e cidadãos do país”, contou Arthur.
O dirigente ainda traçou um paralelo entre aquele tempo e os dias atuais. “Estivemos sempre defendendo a democracia nas ruas e ninguém poderia imaginar que tantos anos depois teríamos que novamente sair às ruas para defender a democracia e derrotar nas ruas e nas urnas a direita fascista que governava o país”, disse Arthur.
Para o bancário e ex-presidente da CUT Vagner Freitas, os 40 anos da CUT representam mais uma vitória para a Central. Assim como Vicentinho, ele ressaltou a importância da CUT na história recente do país. “Se não fosse a CUT, nossas vidas estariam muito pior. Não teríamos a valorização do salário mínimo, categorias organizadas, a previdência”.
Para os próximos 40 anos, ele disse, a CUT estará ainda mais forte e mais moderna para continuar apresentando sua história de lutas e conquistas.
O ex-presidente João Felício foi lembrado pelo secretário de Administração e Finanças, Ariovaldo de Camargo. “O priomeiro professor a presidir uma central sindical. Ele se tornou também o primeiro brasileiro a presidir a CSI, Central Sindical Internacional, recebe nesse momento da celebração de 40 anos da CUT, a nossa homenagem”, disse Ari.
Felício também foi citado pela presidenta do Sindicato Oificial do Ensino Estadual de São Paulo, a deputada estadual pelo PT de SP, Maria Izabel Azevedo Noronha.”O Felício contruiu uma trajetória no movimento sindical e virou uma referencial nacional e internacional”, disse a dirigente ao saudar a CUT.
Mônica Valente, ex-dirigente da CUT e dirigente nacional do PT, também lembrou outro ex-presidentem já falecido. “Queria hoemagenrar João Felício e Keldj Jackobsen, que contribiu muito para a construção da CUTe para afirmação a nossa Central no mundo todo”, disse.
Próximo período
A celebração dos 40 anos da CUT contará com uma programação especial de atividades e eventos. A vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira, na live, trouxe um resumo do que serão as comemorações.
“Ao longo deste ano, a CUT Nacional e suas estaduais farão uma programação com atividades para reflexão, debate, atividades artísticas, culturais, exposições visando resgatar e reverenciar as conquistas do passado, nossas bandeiras históricas, e também apontar o que queremos para o futuro da maior central sindical do Brasil e uma das maiores do mundo”, disse Juvandia.
Entre as atividades estão o Ciclo de Debates “40 anos de luta: a CUT ontem, hoje e amanhã na conquista de direitos”, cujo objetivo é de reflexão sobre reivindicações históricas da classe trabalhadora brasileira e os desafios para a consolidação das conquistas numa perspectiva CUTista.
Entre os temas a serem abordados estão o papel das mulheres na construção da organização sindical, a luta contra a fome e a defesa da segurança e soberania alimentar, a emergência climática e a transição justa, direito à previdência e seguridade social, a defesa da democracia e da liberdade e autonomia sindical, a luta contra o racismo estrutural, e outros.
Outra atividade anunciada por Juvandia foi um Festival de Cultura. “Junto aos Congressos Estaduais, vamos desenvolver não somente atividades com artistas regionais, mas também o debate da importância da cultura na elevação de consciência e mobilização da classe trabalhadora”, afirmou a dirigente.
O Prêmio CUT “Democracia e liberdade sempre” que teve uma primeira edição em 2011, terá sua 3ª edição, e terá novamente por objetivo premiar mulheres, homens e instituições que dedicaram e dedicam sua jornada na defesa da dignidade humana e para isso, empreendem uma luta incansável em defesa da democracia e da liberdade, em todas as suas nuances.
“Esse prêmio simboliza e consolida o compromisso do Brasil que sempre sonhamos e que vimos construindo cotidianamente”, disse a dirigente.
Juvândia ainda anunciou que serão feitas ações específicas para o debate do racismo no mês da consciência negra, culminando com ações sociais e de solidariedade no Natal sem fome.
Ano decisivo
Em um momento em que os desafios da classe trabalhadora se intensificam dadas as novas relações de trabalho, a CUT, realizará em 2023 seu 14° Congresso, ocasião em que elege nova diretoria, atualiza estratégias de luta e reforça seu compromisso com direitos. Desde o último Congresso, a Central já tem como uma de suas prioridades defender não apenas trabalhadores formais, mas todo o conjunto da classe trabalhadora, duramente atacada nos últimos anos pelas reformas liberais e medidas dos governos anteriores.
“Além de marcar as quatro décadas da CUT, este é também o ano em que realizaremos o 14º Congresso Nacional, um momento decisivo para refletirmos, debatermos e organizarmos o futuro da nossa Central, diante dos desafios que aumentam a cada dia por causa das mudanças no mundo do trabalho”, afirmou Sérgio Nobre.
Ele destacou 2023, o ano em que a CUT completa 40 anos, é um ano emblemático, o primeiro após o período obscuro vivido nos anos anteriores.
“Elegemos um presidente da República democrático, derrotando a ultradireita, o fascismo e tudo de desastroso que o desgoverno Bolsonaro impôs ao país, nos últimos quatro anos. Com essa vitória, a classe trabalhadora e seus representantes legítimos retomaram o protagonismo nos espaços de decisões dos rumos da nação”, disse o presidente da CUT.
Sérgio Nobre reformou ainda que a classe trabalhadora voltou a poder planejar o futuro. “Mas nossos desafios ainda são enormes, porque estamos tendo de avançar a partir do retrocesso causado a partir do golpe de 2016 e que vigorou até 2022”, ressaltou o dirigente.
O secretário-geral da CUT, Aparecido Donizetti da Silva, também destacou a importância do 14° Congresso da CUT neste ano em que a Central completa 40 anos e conclamou toda a base cutista a participar deste importante processo.
“Destacamos a importância da participação das entidades sindicais e da base nos debates sobre os rumos do Brasil e do sindicalismo cutista, contidas no texto base da direção que servirá de referência para as assembleias que elegerão os e as delegadas para os congressos estaduais e nacional”, convocou o dirigente.
______________________________________________________________