No ultimo dia 23 de maio, a diretoria da Eletrobras encaminhou às entidades sindicais a seguinte proposta de Acordo Coletivo:

As entidades do InterFurnas, do qual o Sinergia CUT faz parte, descrevem a negociação do Acordo Coletivo do Grupo Eletrobras em 10 tópicos:

1) A Eletrobras começou a negociação do ACT com âncoras, propostas ridículas de redução salarial linear de 12,5% para ir afrouxando o nó do pescoço, mas sem tirar a coleira;

2) Aos poucos foram tirando os bodes mais ridículos da sala. É como aquele torturador que te asfixia, mas te deixa pegar ar, respirar de tempos em tempos;

3) Começou a negociação com uma proposta hostil, indecorosa, fez muita gente avaliar uma péssima proposta (que na verdade são premissas), como uma proposta razoável. “Na verdade, você só está pegando ar. O torturador continua ali obstinado”;

4) A Eletrobras contratou um negociador para transferir renda. Tirar o máximo da base para alimentar supersalários, bônus e dividendos do topo da pirâmide;

5) A Eletrobras investiu pesado na comunicação dispersiva, contraditória e segregadora;

6) A empresa fazia uma proposta aos sindicatos e comunicava de outra forma diretamente aos trabalhadores, ao mercado e à imprensa.

7) A empresa tentou dividir tudo e todos. Explorar contradições entre as subsidiárias e estabelecer categorias de faixas salariais dentro da base. É o velho e manjado “dividir para conquistar”;

8) Estabelecido o caos da divisão, da comunicação e da contradição, a direção da Eletrobras mostra fragilidades claras, três medos para alcançar seus objetivos: uma greve por tempo indeterminado, a repercussão do desgaste negocial na grande mídia e a possibilidade da negociação ir ao TST, uma vez que a empresa só pode passar por cima da Lei, negociando redução de salários, em acordo coletivo;

9) Registre-se que é lamentável a comparação da gigante Eletrobras com distribuidoras privatizadas beirando a falência. A Eletrobras está em litígio com o governo, seu maior acionista. Deu lucro de R$ 4,4 bi, distribuiu R$ 1,3bi em dividendos, remunerou os administradores em R$ 83 milhões e contratou um negociador de acordo coletivo por R$ 1,3 milhões. Informou nas últimas horas aos seus gestores o excelente resultado em relação ao Bônus 2023. Veja parte da comunicação da Empresa aos gestores: Valorizamos todo o e dedicação do nosso time de gestores e especialistas, pelos consistentes resultados atingidos. A conclusão do Programa de Bônus 2023 contribui para mais um passo no processo de transformação cultural… E para os trabalhadores, reajuste zero, corte de direitos históricos e redução de salários?

10) A mão que afaga os gestores, acionistas e administradores é a mesma que apedreja os empregados. Estamos diante de um cenário inóspito, árido. Sim, é verdade. Qual é a defesa dos trabalhadores nesse momento decisivo, paradigmático para o resto da nossa trajetória na empresa? Lutar, lutar e lutar. Desistir de tudo o que se construiu ao longo de décadas para remunerar administradores, acionistas e negociador é o início do fim de todos nós.

Assembleias deliberam estado de greve e greve

Para a direção do Sindicato, o que a Eletrobras chama de proposta é, na verdade, uma minuta inacabada e cheia de lacunas. Sobram dúvidas e, por esse motivo, serão realizadas assembleias nesta terça (28) nas localidades de Furnas do Sinergia Campinas (Pedregulho, Campinas, Araraquara e Itaberá) e da Eletronorte na base do Sinergia Araraquara, todas com o indicativo de rejeição dessa proposta e aprovação de estado de greve, a partir de sábado, 01 de junho.

Greve: Tendo em vista o fato de a empresa ter prorrogado a data-base até 07/06, caso até essa data não haja avanços na proposta, será aprovado também nesta terça (28), greve a partir do dia 08 de junho. Vale ressaltar que o Edital de Convocação das assembleias foi divulgado no Jornal Folha de S.Paulo, no último dia 25.  Participe!

 Por melhores condições de trabalho e renda. Nossa luta transforma vidas

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Com informações do Boletim Interfurnas