Sob protesto, Emae é privatizada por R$ 1 bilhão em leilão

Escrito por 20 de abril de 2024
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Enquanto sindicalistas protestavam em frente à sede da B3, na tarde desta sexta-feira (19), em São Paulo, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, desferia três fortes marteladas para selar a venda da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), última estatal de energia do Estado. Para o presidente do Sinergia CUT, Carlos Alberto Alves, o “governo estadual está na contramão, podendo impactar diretamente nos serviços prestados”.

Arrematada pela Phoenix Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia, que ofereceu R$ 70,65 por ação, com um ágio de 33,68% sobre o valor inicial mínimo pedido pelo governo de R$ 52,85, a Emae, além de gerar energia elétrica, é responsável pelo controle dos níveis dos rios Tietê e Pinheiros, ajudando a prevenir alagamentos em épocas de chuva, com o bombeamento das águas do rio para o Represa Billings. Ela ainda opera o serviço de travessia de balsas na represa, o que, segundo o governo, continuará sendo oferecido gratuitamente mesmo com a privatização.

Alves afirmou que essa privatização é uma contradição aos “problemas homéricos” que a sociedade vem enfrentando quanto à falta e à precarização no fornecimento de energia elétrica, exemplificando a área de concessão da Enel, que engloba 24 municípios de São Paulo, incluindo a capital, atingindo 18 milhões de pessoas.

O presidente do Sinergia CUT lembrou que estão sendo discutidas as concessões precarizadas. “Enquanto tudo isso acontece na vida da sociedade, o governo faz a opção, na contramão de tudo isso, de privatizar a empresa de energia elétrica aqui em São Paulo.” Durante o ato em frente à B3, o Sindicato distribuiu uma carta aberta à população para conclamar a sociedade a se posicionar contra essas privatizações. “Porque, no final das contas, é ela quem pagará a fatura.”

Confira o depoimento de Alves

Confira o teor da Carta Aberta- clique aqui para baixá-la em PDF

 Privatização da Emae

O grupo arrematou toda a fatia que o estado tem na companhia. No total, a empresa arrematou 14,7 milhões de ações da Emae, numa transação que somou mais de R$ 1 bilhão. A Emae foi disputada por três empresas: a Phoenix, que apresentou uma oferta inicial de R$ 58,15; a EDF Brasil Holding, com uma oferta inicial de R$ 56,30; e a Matrix Energy Participações, que ofereceu R$ 52,85 por ação. Mas depois dos lances iniciais, o certame seguiu para propostas em viva-voz, quando as proponentes vão aumentando seus lances ao vivo. E foi só após uma grande disputa lance a lance com a empresa EDF, em um total de 53 propostas em viva-voz, que a Phoenix acabou adquirindo a Emae. Ela tinha sua composição acionária dividida entre o governo de São Paulo, a Companhia Metropolitana de São Paulo (Metrô), a Eletrobras e uma parcela minoritária com outros acionistas.

 

Com informações de Elaine Patricia Cruz, repórter da Agência Brasil – São Paulo, e Edição: Fernando Fraga, da EBC.

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

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