CUT e centrais anunciam ato do 1° de Maio. Celebração será no Itaquerão em São Paulo
Detalhes do Dia do Trabalhador e da Trabalhadora 2024 foram apresentados à imprensa, nesta segunda-feira (15). Pautas incluem emprego decente e igualdade salarial entre gêneros. Atividade terá shows gratuitos
Escrito por 16 de abril de 2024Ao lado de presidentes das demais centrais sindicais, Nobre afirmou que a data, em todo o mundo, é um dia em que a classe trabalhadora se reúne “para rememorar lutas do passado, atualizar as pautas de reivindicação e planejar as lutas do futuro”. E no Brasil, ele completa, “não será diferente”.
As bandeiras de luta deste 1° de Maio, conforme anunciaram as centrais, são emprego decente, correção da tabela do Imposto de Renda, juros mais baixos, aposentadoria digna, salário igual para trabalho igual e valorização do serviço público
O ato será, mais uma vez, realizado de forma unitária entre a CUT, Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central de Trabalhadores Brasileiros (CTB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Central de Sindicatos Brasileiros (CSB), Intersindical – Central da Classe Trabalhadora e Pública.
Sérgio Nobre detalhou que, assim como nos anos anteriores, o 1° de Mario – Dia do Trabalhador será um dia de luta, por isso, “é importante que todas e todos compareçam porque lá estarão lideranças do movimento sindical, dos movimentos populares e de partidos políticos comprometidos com as pautas da classe trabalhadora”.
Mas serão muito mais, ele diz, se referindo às tradicionais atividades culturais que fazem parte da celebração, como intervenções artísticas e shows musicais.
É também uma data de celebrar, de relaxar com a família. E vai ter grandes shows com artistas nacionais. É uma oportunidade para o povo levar a família, as crianças e fazer uma grande confraternização. E mais importante: contamos com a presença do presidente Lula, nossa maior liderança
De acordo com os presidentes das centrais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi convidado oficialmente para o evento em São Paulo. Para Sérgio Nobre é importante que Lula esteja presente porque, diz o dirigente, é “um ano de grandes desafios”.
Ele se referiu a 2024 ser um ano de eleições municipais, fato que impacta na vida de toda a população e, por isso, é importante ter a consciência de que é preciso eleger candidatos comprometidos com a classe trabalhadora.
Outro desafio citado foi a tramitação de pautas de interesse dos trabalhadores no Congresso Nacional. “Pautas que precisam ser aprovadas”, afirmou Sérgio, em referência à presença de Lula em um evento de trabalhadores nortear as lutas a serem feitas.
Pautas do 1° de Maio
Além das pautas oficiais, anunciadas durante a coletiva, a defesa da democracia, pauta permanente do movimento sindical, foi destacada pelo presidente da Força Sindical, Miguel Torres.
“O tema da democracia será muito valorizado no 1° de Maio, principalmente porque ela ainda está em risco”, disse o dirigente. Torres ainda afirmou que a unidade das centrais foi fator fundamental para que o país derrotasse o fascismo nas últimas eleições, elegendo um governo progressista.
“Foi isso que conseguiu mudar o governo e dar capacidade – para o governo – de promover políticas de inclusão social, igualdade de salários entre homens e mulheres e assim por diante”, pontuou o presidente da Força Sindical.
Já Ricardo Patah, presidente da UGT, reforçou a defesa da valorização do setor público. “O setor está em campanha pela recuperação de salários”, disse. Patah também destacou, em sua apresentação, a desigualdade salarial entre homens e mulheres que desemprenham funções iguais.
“Chega a ser triste ou até vergonhoso ter que haver uma lei para isso”, disse enaltecendo a inciativa do governo Lula para sanar o problema. Lei nº 14.611/2023 foi criada com o intuito de corrigir as lacunas além de combater e eliminar as disparidades salariais baseadas em gênero e proporcionar maior segurança para as mulheres.
Presidente da CTB, Adilson Araújo, fez um resgate histórico do surgimento do Dia 1° de Maio, relembrando as reivindicações principais, ainda no século 19, em que se destacava a redução de jornada de trabalho. A contextualização do dirigente se deu para que ele explicasse que as condições de trabalho durante o século 21 foram deterioradas por políticas neoliberais que resultaram em um “trabalho análogo à escravidão gerado pela tecnologia”.
“Não é razoável que vejamos trabalhadores usando plataformas modernas, mas reprodutores de uma mais valia digital que vem sufocando e criando uma modalidade plenamente análogo à escravidão. As pessoas hoje estão trabalho 15, 16, 17 [horas por dia]. O que tem de moderno nisso”, disse o dirigente, destacando que a centrais sindicais lutam para que haja regras que proporcionem, direitos aos trabalhadores”, disse Adilson.
O presidente da NCST, Moacyr Tesch Auersvald destacou como bandeira de luta a correção da tabela do Imposto de Renda. “Estamos brigando há anos. Já avançamos um pouco, mas sabemos que ainda é insuficiente”. A tabela não era corrigida desde 2015, no último ano da Dilma Rousseff como presidente. O resultando dessa não correção, ele diz, foi o a precarização, a pejotização e outras formas de trabalho não decente.
Auersvald também citou a alta taxa de juros básica no Brasil, que vem caindo ‘vegetativamente’ e que precisa cair mais para que o Brasil retome o desenvolvimento. “Toda reunião do Copom, estamos na Avenida Paulista, cobrando a redução da taxa”, afirmou.
Unidade das seis centrais
O movimento unitário das centrais sindicais foi destacado pelo presidente da CSB, Antônio Neto. Ele ressaltou que a unidade na realização do 1° de maio tem por objetivo resgatar a autoestima da classe trabalhadora brasileira, que sofreu nos últimos anos com desmonte e direitos como a reforma trabalhista, a terceirização irrestrita e a reforma da previdência.
Neto também relacionou a unidade das centrais à defesa da democracia. “Nós, no máximo conseguimos fechar a porta do inferno. O fascismo continua a nos infernizar diuturnamente. A unidade de classe coordenada será importante para avançarmos em todas bandeiras de luta da classe trabalhadora”, disse o dirigente.
Itaquerão
O 1° de Maio é organizado em todos os 26 estados e no Distrito Federal. Por tradição, o ato principal ocorre em São Paulo. Porém, em 2024, ao contrário dos anos anteriores, em que fora realizado na região central da cidade, o Dia do Trabalhador e da Trabalhadora será realizado na área externa da Arena Corinthians, conhecida como Itaquerão.
“É uma região de muita concentração operária”, diz o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre.
“É a primeira vez, fora do centro da cidade. O Corinthians nos ofereceu o espaço que tem excelente localização para a realização do evento e de fácil acesso para a classe trabalhadora. Facilita o deslocamento”, pontuou Sérgio Nobre. O acesso é facilitado pela estação Corinthians-Itaquera – linha vermelha do Metrô de São Paulo.
A agenda de shows e participação de lideranças políticas será divulgada nos próximos dias. O evento está marcado para começar às 10h. Nesta terça-feira (16), a partir das 6h da manhã, as centrais estarão na Estação Brás do Metrô distribuindo os panfletos oficiais do evento.
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